segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Amor à "distância" existe? Maktub! Estava Escrito!



Ligue o play do áudio abaixo para ouvir enquanto estiver lendo o post de hoje. É possível amar alguém sem tocar? Quando o Amor transcende o contato físico, mais que corpos almas!
As relações humanas amorosas têm ultrapassado os limites geográficos. E com o avanço tecnológico o jogo do amor ganha um novo campo: a virtualidade. Mas seria possível amar alguém que se conhece apenas neste mundo virtual? Partindo do entendimento que o amor é uma construção e exige um conhecimento profundo do outro,  é possível que o desejo e a paixão pudessem realmente tornarem-se Amor?  Neste mundo virtual ocorre a idealização de um amor, já que os sentidos reais ainda não foram compartilhados, vivenciados, provados. A visão e audição imperam no mundo real, a imagem do outro alimenta os desejos... O tom da voz assume uma forma de materialização da presença. Então... Imagina-se o cheiro do outro... o gosto do beijo... o calor do corpo...  a sensação de tocar a pele, de fazer amor...
Há que se ter o cuidado de lembrar que no mundo virtual as pessoas parecem ser perfeitas, ou porque vendem essa imagem, ou porque o outro cria expectativas e idealiza a outra pessoa da forma que ela própria sonha. Mas há também que compreendermos, que há diversos tipos de amores... e um que Amor, de verdade, não precisa necessariamente  de contato físico. Ah! Amores que transcendem o contato corporal, são amores entrelaçados no campo espiritual. E esse tipo de amor de almas, é aquele que não se explica, e nos mostra que  amar assim ultrapassa qualquer entendimento.
Amor de alma, não tem momento certo pra acontecer, porque pra ele não existe tempo, lugar, nem escolhas. O amor de almas acontece, simplesmente acontece. E então, desde o dia que você descobre a existência do outro, você entende que de alguma forma esse sentimento sempre existiu, parece que estava  latente e bastou esse “encontro” para despertar. Esse tipo de amor, vai muito além de beleza física, se ama o outro pela essência. É um amor se dá sem toques. Ele se dá pelo sorriso, pelo olhar, pelo som da voz, pela alegria de saber que mesmo distante, o outro existe, e isso é motivo suficiente para que o coração pulse e a vida ganhe um novo sentido. E esse tipo de amor é eterno, intenso, atemporal.  Quem ama com a alma, ama por toda eternidade, e mesmo distante, nunca está sozinho porque o outro passa a existir do lado de dentro.Retomando dizeres anteriormente publicados no blog, pensando a doutrina espírita, podemos afirmar que Allan Kardec foi um dos poucos filósofos de seu tempo a discorrer sobre o amor e suas implicações. Afirmou, à época, que “nem a lei civil, nem os compromissos que ela faz contrair podem suprir a lei do amor se esta lei não preside a união”. Não há lei maior do que a lei do amor.  Eu confesso que isto, me toca. É incrível, como algumas histórias de amor parecem mesmo ser escritas pelo destino. É como se tivessem que acontecer. Claro, que isto não determina que as pessoas ficarão juntas e serão felizes para sempre, pois eu acredito que o destino pode aproximar duas pessoas, mas nossas escolhas é que definem a vida, temos livre arbítrio. São nossas ações e comportamentos, a partir destas escolhas que mudarão ou não nossas vidas, pois somos sujeitos de nossa própria história! Porém, estas esperas, encontros e desencontros, muitas vezes nos faz em entender o que é um amor de almas.Seriam questões de outras vidas?  Na luz do Espiritismo, a explicação para esses laços são as vidas sucessivas. Mesmo que nós não acreditemos em reencarnação, o passado cármico estaria escrito no inconsciente. E quando dormimos, nosso espírito se torna livre da matéria por algumas horas e “relembramos” tudo. Nesta crença, conscientemente ou inconscientemente  todos saberiam porque sofrem, ou porque atraimos ou não determinada pessoa. No entanto, você conta com o livre arbítrio. Não devemos ficar com alguém por obrigação, mas por amor, devemos sempre escolher o amor. Pois é o verdadeiro amor o único capaz de nos faz levar à plenitude, inclusive do prazer.Não posso afirmar que sejam laços fortes de de vidas passadas, mas acredito em amor de almas. Daqueles que mesmo sem tocarmos, somos capaz de sentir. Como aquelas pessoas que não sabemos explicar porque, mas sabemos, subjetivamente o quão são especiais, por alguém motivo além do físico. Creio que todo amor de verdade nasce na alma. É um sentir para além dos desejos carnais. Nele não são precisos alardes e nem ruídos. Não cabem rumores e nem juízes. É daqueles sentimentos que pertence à suas entregas e cumplicidades infinitas e silenciosas. Nele não cabem interrogações. É feito de exclamações e afinidades afirmativas. É, sem que necessariamente tenha ocorrido o contato físico.É um sentimento raro, onde amor e desejo florescem das entranhas. E cresce ali, em suas reservas, em seus segredos, em suas esperas infinitas. E quando chega a gente entende que estava guardado, esperando por nós num tempo que não se dimensiona.  É atemporal.Não necessita de alardes. É suficiente a quem o sabe, porque de tão bonito reserva aos seus o encantamento. E é forte porque o próprio desejo carnal não se sustenta apenas no contato físico, mas nos pilares de todo sentimento grandioso e verdadeiro: a admiração, o afeto, o respeito.  Traz em si a completude. É um sentimento dialético, de euforia e calma. Enquanto o corpo arde em desejo, e pede urgências, a alma esconde um sossego bom, como um parêntese, que guarda a palavra mais bonita.
É feito fogo e água, é feito sol e chuva,  vinho e pão, fome e sede, é visceral  no sentido mais profundo da palavra, como vertigens causadas por fomes ancestrais.Grita por dentro, mas não precisa alardear-se por fora, reserva-se silenciosamente entre os seus. Porque de tão bonito, quer preserva-se de tudo que possa tentar destruí-lo.Para este sentimento não existe distância, e transcende a necessidade física, porque o outro está ali, do lado de dentro.“E quanto se pode amar? Se for amor mesmo, não cabe numa vida... e nem na gente...” Por ser amor de alma, ecoa "ADINFINITUM". Alguns amores não nos cabe entender, mas sentir. Maktub - estava escrito! É um desejo puro, visceral, das profundezas da alma. E independente do livre arbítrio sempre chegaremos ao encontro do que nos está destinado, ainda que não permaneçam juntos corporalmente, há um momento eterno nesse encontro de almas. Os amores mais puros não entendem sobre distância e impedimentos.  É um sentimento que vive de eternidade, e sabe que há vale a pena esperar para que a alma e o corpo se unifiquem, porque tem consciência que há momentos podem valer por uma vida inteira, entende de intensidades mais do que de quantidades.  Transcende o mundo da matéria. É singular.Claro que há o desejo de sentir o outro, mas nem sempre isto irá ocorrer. No entanto, se um dia esse amor de almas, ganhar o campo real e carnal, será uma explosão cósmica de energias, tesão, sonhos, desejos.  Será a maior celebração de amor que alguém possa viver. Pois, mesmo no campo da sexualidade o verdadeiro desejo está ligado à alma, como dizia Platão: "Eros esse Deus poderoso diz mais respeito à alma que ao corpo".E Adélia Prado também afirmou: "erótica é alma"!Em Eros encontramos um princípio de ligação que nos possibilitou entender a necessidade dialética instintiva do  corpo para alimentar a alma e a mente, permitindo as fantasias e o erotismo, sem os quais a sexualidade perde sua plenitude e o alimento fundamental para o corpo sexual. a sexualidade pode ser entendida como “o termo que se refere ao conjunto de fenômenos da vida sexual”, envolvendo, além da dimensão biológica, os relacionamentos, o erotismo, a fantasia, o prazer e também questões culturais, religiosas, simbolizações, a própria construção humana, não se limitando apenas às genitálias.Um encontro que se dá apenas através do desejo carnal proporciona prazeres homéricos, porém momentâneos, mas quando o toque unifica corpo e alma, certamente o orgasmo se se intensifica, se plenifica. O dia que esses corpos e almas se encontrarem será sublime, plenitude de amor, desejo e prazer. Será o êxtase pleno da vida. A tríade Sexualidade, Sexo e Amor, no sentido de afeto é que proporciona a sensação maior de bem estar, que nos dá leveza, que nos impulsiona para enfrentar as demandas da vida com mais vigor. Nessa junção de necessidade de prazer e sentimento, que todo ser humano tem, de buscar sensações, bem-estar, prazer, afeto, contato e carinho. Isso justifica a necessidade de interligação. Pois, só essa tríade nos permite manifestar através de diferentes maneiras a nossa sexualidade através do bem-estar, alegria, estímulo, desejos, fantasias, sonhos, amor, afeto, carinho, contato físico, sexo, sensibilidade, prazer, entre outros. O verdadeiro sentimento de amor, pode envolver o corpo, mas não se desvincula da alma. Não fragmenta o sentir, complementa-se, sacramenta-se.Fazer sexo com afetividade é pensar na sexualidade como a mais fundamental e bela expressão da vida. É qualificar a primária necessidade biológica, é a junção do instinto com a subjetividade, do animal com o humano. Quando a necessidade do outro envolve amor e tesão, atinge-se a plenitude da alma. E a relação pauta-se na leveza, no bem estar, numa relação sexual humanizada, afetiva, prazerosa e significativa.  O verdadeiro prazer não é aquele de um momento, mas aquele se incorpora na vida.Quem compreende a sexualidade como celebração da vida, sabe que ela ultrapassa o físico. É uma comunhão de corpos e almas! É um desnudar-se completamente. Inteiramente. E até mesmo o próprio ato sexual, ganhe um significado para além do carnal, funde-se nele o afeto e o instinto. Alimenta-se o corpo e alma. Simbiose. Vivencia-se nele todos os sentidos: tato, olfato, audição, gustação. Comunga-se e contempla-se o outro na sua inteireza. Compreende-se então, a beleza da fusão. Porque além de ser sentido, o prazer ganha sentido. Entende-se enfim, que a sexualidade é a expressão mais bela e plena da vida, e para além dela. Há amores que transcendem o plano virtual e também o plano real, e que seriam apenas mais uma história se não tivesse tocado... a alma! Como diz a música: Maktub! Já estava escrito!  (Claúdia Bonfim)


Um comentário:

  1. Adorei as observações que você fez achei sentido e coerência em tudo que li, esse texto certamente servi uno mínimo para me fazer pensar. parabéns.

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