sábado, 20 de novembro de 2010

SEXUALIDADE E MASTURBAÇÃO



Etimologicamente, Masturbação já surge como um ato feio, sujo. A palavra foi citada pela primeira vez pelo poeta Marcial no século I d.C., já com origem semântica depreciativa derivando-se de “manu” e “stuprarere”, ou seja, “sujar com as mãos”.
A masturbação é uma prática sexual que costuma efetuar-se com as mãos, como também esfregar os genitais contra algum objeto. Nos dias de hoje é comum o uso dos chamados "brinquedos sexuais" ou eróticos, para excitar-se. 
A masturbação é algo saudável  e deve ser encarada com tranquilidade pelos pais, que devem conversar individualmente com seus filhos explicando que a masturbação é um momento extremamente íntimo, que, portanto, diz respeito tão somente ao adolescente, o que significa que há espaços adequados e restritos para que ela ocorra.  Não devemos reprimir, apenas orientar, pois este é um dos fatores culturais que fazem tanto os adolescentes, quanto algumas pessoas adultas ainda sentirem culpa pela masturbação.
Como apontamos com Freud, desde a primeira infância, podemos observar ereções penianas do bebê especialmente quando a mãe vai trocá-lo. Em torno dos três ou quatro anos de idade a criança começa curiosamente a manipular suas genitálias. A brincadeira de cavalinho, entre outras é uma forma da criança inconscientemente buscar o prazer e "masturbar-se". Porém, devemos esclarecer que nesta idade o mais correto é dizer que a criança manipula-se, pois a masturbação é um ato consciente com o objetivo de obter prazer, já a manipulação é um ato natural, de conhecimento de si, de curiosidade e de um prazer sem caráter erótico. Já na puberdade e na adolescência é comum a manipulação direta das genitálias, assim como roçar o pênis ou o clitóris, já com vistas ao prazer, podendo denominar-se masturbação.
Freud foi quem primeiro afirmou ser a masturbação  algo comum na infância e na adolescência, como parte do desenvolvimento sexual, porém temos que discordar pela primeira vez do mesmo teórico que dentro da psicanálise, então apontava ser uma causa de neurose na fase adulta. 
Penso que para entendermos as neuroses, assim como a sexualidade na sua totalidade temos que integrar diversas áreas de estudos desde a Biologia, a psicologia, a antropologia, entre outras. 
Como já apontamos, a criança se "masturba" ou  se manipula, num primeiro momento na busca de um prazer de maneira inconsciente e melhor dizendo acidental, o esbarrar a genitália em algum objeto, nas brincandeiras como já apontamos, ou no esbarrar-se no corpo do outro, assim como segurar o “pipi”, entre outros. Na adolescência, quanto mais eles se isolam do mundo e do contato interpessoal com o outro, a masturbação se intensifica. Não há do ponto de vista científico um número exato que determine o limite entre masturbação normal ou excessiva, obsessiva. Porém, esta deve fluir de maneira natural, transitória e sem culpas.
Havelock Ellis, foi outro teórico que não apenas afirmou ser a masturbação  era comum nos homens, como também se tratava de uma prática habitual nas mulheres de todas as idades.

Historicamente o ato ou a fantasia da Masturbação sempre esteve  ligada à inúmeros tabus e considerada pecaminosa. Interessante apontar que a  masturbação já foi considerada pecamisa pela igreja que considerava um desperdício de sêmen (espermatozóides), pelo fato da religião entender o ato sexual com função reprodutiva, ou seja, gerar filhos.
A masturbação é uma forma de exercitar a fantasia erótica, isso para ambos os sexos, pois, é nosso momento mais íntimo, conosco mesmo, em que podemos e devemos liberar nossas fantasias. Durante a masturbação, grande parte das mulheres costumam fantasiar o seu próprio companheiro como objeto sexual e para nossa alegria ou espanto, os homens também nos envolvem em suas fantasias nesse momento, ainda que, de maneira diferenciada. Porém, sabemos que grande parte (especialmente das mulheres) sentem dificuldade ou não se permitem reconhecer seu próprio corpo, tocar-seç não conhecem a si mesmas, não se aceitam e nem se permitem sentir o prazer em sua plenitude, fruto da sexualidade histórica-cultural e socialmente construída.
Consideramos que  o autoconhecimento não é crime, nem pecado. Precisamos nos conhecer enquanto homens ou mulheres, em todos os sentidos. Inclusive, a nossa sexualidade. Se permitam ter essa experiência, não permitam regras falsamente moralistas que lhes violentem o direito de serem felizes.  Não estou defendendo uma sociedade banal, muito menos uma sexualidade falsamente hedonista, muito pelo contrário, lutamos por um educação afetivo-sexual, por uma humanização da sexualidade, por um vivência ética, saudável e qualitativa, pelo direito que temos de vivenciar o amor em sua forma mais sublime, através da troca de carinho, cumplicidade, comunhão do prazer, do ato que faz com que duas pessoas se sintam uma só, mas,  sem medos, culpas  ou  tabus sufocando, esse momento de celebração da vida.
Muitas pessoas se masturbam apenas para descarregar as tensões do cotidiano, porém embora realmente ela alivie nossas tensões, não deve ser encarada apenas deste ponto de vista, e sim com um momento de auto-erotismo, de auto-conhecimento, de exercício da criatividade erótica, de fonte de prazer.
A masturbacão, tanto a masculina como feminina, é a estimulação dos órgãos genitais com o objetivo de obter prazer sexual, podendo chegar ou não ao orgasmo, e geralmente diz respeito ao ato de tocar-se ou para a estimulação realizada sobre os genitais de outra pessoa.
Bem este post foi apenas para aguçar sua curiosidade  sobre este tema, que é um dos assuntos mais polêmicos e ocultos da sexualidade, no próximo post vamos falar especificamente da masturbação feminina e, posteriormente, masturbação masculina e  sobre os tabus e mitos que envolvem a masturbação desde os tempos mais remotos.
Abraços e até lá!


3 comentários:

  1. Amiga linda.
    Obrigada , tb sinto saudades, muiitas.
    Adorei o tema, muito bem abordado, natural que seja assim, vc é maravilhosa.
    Bom ter esta oportunidade de ler coisas consideradas tabus escritas de forma assim tão esclarecedoras.
    Bjs

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  2. Doutora, mais uma vez parabéns. Oq ue mais admiro nos seus escritos sobre a temática em sí, é a sutileza na linguagem ao mesmo tempo abordando o assunto que é de suma importância, com clareza.
    Uma dica: reuna todos esses post, e transforme em livro de bolso. Será sucesso tenho plena certeza.

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  3. Olá Doutora!
    Quando criança me masturbava,não sabia exatamente o que era , sempre era castigada pela minha mãe sem saber o porque.Hoje me masturbo ,não envergonho do que faço.Considero a masturbaçao como um ato de auto conhecimento.
    Acho uma grande tolice e ignorância considerar a masturbaçao como algo pecaminoso ou sujo.
    Lucimara Souza 20 anos.
    Adorei o seu blog.
    Bjs!

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