segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher - refletindo sobre Sexualidade, Gênero e Classe! Ainda temos muito que lutar!


Hoje é uma data que simboliza a busca de igualdade social entre homens e mulheres, em que as diferenças biológicas sejam respeitadas, mas que elas não sirvam de pretexto para subordinar e inferiorizar a mulher.

Essa data se orgina do dia 8 de março de 1857, onde trabalhadoras fabris de uma indústria têxtil de Nova Iorque (EUA), em greve e ocupação pela diminuição da jornada de trabalho, foram trancadas e, a fábrica foi incendiada, provocando-se assim a morte de 129 operárias.
O Dia Internacional da Mulher é referencial para todas as mulheres comemorarem suas lutas e homenagearem suas mártires, mas é acima de tudo de um dia de reflexão.

Veja a força da nossa luta. A ação direta de mulheres operárias, desencadeou a primeira fase da Revolução Russa.Ou seja, a maior revolução social do século XX, pela primeira vez na história da humanidade, tivera início, com jovens mulheres russas à frente de seu primeiro e decisivo passo.
Líderes do movimento comunista como Clara Zetkin e Alexandra Kollontai ou anarquistas como Emma Goldman lutavam pelos direitos das mulheres trabalhadoras, entre as lutas estavam o direito ao voto feminino.

No Brasil só em 1932 é que o Governo de Getúlio Vargas promulgou o Código Eleitoral através de um Decreto, garantindo finalmente o direito de voto às mulheres brasileiras; mas apenas o direito ao voto não alteraria a condição feminina se a mulher não modificasse sua própria consciência. Porque a libertação da mulher exige mudanças em âmbitos não apenas políticos, mas econômicos e sociais, a libertação da mulher não pode tão-só representar um problema de gênero mas, sobretudo, é uma questão de classe.
Ainda hoje sofremos preconceitos e exploração. Um exemplo é a exploração e mercantilização do corpo das mulheres crescem na globalização, mas são expressões antigas e atuais da opressão e exploração das mulheres. No Brasil, esta problemática foi vivida, sobretudo, pelas mulheres negras e pobres, desde o período colonial, mantendo-se até os dias de hoje. A imagem do corpo da mulher associada à venda de mercadorias reproduz, no plano simbólico, a idéia de que o corpo das mulheres pode ser mercantilizado.

Em relação a vivência da sexualidade nossa luta ainda é para que toda mulher tem direito à liberdade sexual, à autonomia reprodutiva e autodeterminação sobre seu corpo. As mulheres, de maneira geral ainda são as mais sacrificadas e, por muito tempo, foram castradas em seu desejo sexual, como se este o desejo fosse um exclusivo direito masculino. As mulheres orientais até hoje sofrem castração do hímen quando ainda mocinhas pelos seus pais, sem ter direito a sentir prazer, apenas proporcionar, ou seja tornam-se propriedade e objeto dos maridos. Ainda hoje, as mulheres são inferiorizadas e vistas como objetos, no entanto as mulheres assim como os homens têm desejos, sentimentos, sonhos, vontades, necessidades e direito de dizer sim ou não, mulheres assim como homens não são propriedade privada nem objeto, nem mercadoria, são seres humanos.

Nossa luta dever ser:
Pelo fim da mercantilização do corpo das mulheres
Pelo fim da exploração sobre a sexualidade das mulheres
Pelo direito das mulheres a decidir sobre ter e não ter filhos
Pela defesa dos serviços públicos de qualidade: creches, escolas e serviços de assistência à saúde.
Por serviços especializados no atendimento à mulher.

No Braisil só em 1985 é que surge a primeira Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher - DEAM, em São Paulo;
A violência contra as mulheres aumenta a cada dia e a maioria dos municípios ainda não possuem um atendimento especializado para as mulheres.

Importante dizer que nós mulheres precisamos participar mais e ativamente da vida política do nosso país. A política é uma das atividades mais importante para transformar a vida das mulheres, e da sociedade nós mulheres precisamos ainda aumentar nossa participação política para que possamos influir sobre os rumos da nossa comunidade, do nosso país, da nossa história.
Ainda que os homens tenham maior força bruta, as mulheres têm mais energia, mais sensibilidade, têm uma visão mais geral das coisas e do mundo, têm intuição, percepção, tato, e mais disposição e enfrentamento da vida, da dor, do trabalho elas precisam apenas ter consciência de que se elas quiserem podem mudar sua realidade e o mundo.

Como eu disse este dia não é exatamente de comemoração mas sim de reflexão!

Pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar-nos a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que vêm sendo impostos à mulher.

A mensagem final que eu deixo para minhas companheiras mulheres nesse dia é de resistência, de luta, de força e coragem, características que já estão em cada mulher e que em muitas delas precisam apenas ser afloradas.

Espero que todas as mulheres, tenham direito ao amor e ao prazer, sejam respeitadas em sua dignidade de mulher, e para isto eu digo estudem, tenham sua autonomia, física, emocional e financeira, só assim nos tornando independentes financeira e intelectualmente seremos capazes de dizer que somos realmente livres, respeitadas e com direitos iguais. Ter renda própria é condição imprescindível para liberdade e autodeterminação das mulheres na vida adulta e na velhice. Estudar, adquirir autonomia de pensamento é sem dúvida também uma condição ímpar para essa libertação.

Enfim, desejo que todas as mulheres assim como todos os seres vivos tenham mais dignidade e respeito.

Lutemos juntas para que as diferências culturais de gênero sejam superadas e tenhamos direito de ser mulheres em nossa totalidade!
Meu abraço, minha admiração e respeito à todas as mulheres sensíveis e guerreiras, em especial à minha Mãe Cleuza, às minhas filhas Caroline e Beatriz e à todas as minhas amigas pessoais e companheiras de trabalho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você também pode gostar de:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...