quarta-feira, 1 de julho de 2009

Traumas sexuais advindos da sexualidade repressiva


Não é de hoje que a sexualidade se constitui como uma das principais neuroses sociais. Freud, como já apontamos anteriormente, um dos primeiros estudiosos sobre os distúrbios sexuais, trouxe contribuições significativas para o entendimento da sexualidade ao estudar as queixas de pacientes histéricas, grande parte de suas pacientes apresentavam perturbações que comprometiam a vida sexual delas. Porém, foi Reich quem aprofundou estes estudos, afirmando que a perturbação genital não seria um sintoma, conforme Freud apontou, e sim o que definia as neuroses.

(ATENÇÃO!!! A utilização, total ou parcial, das idéias e dos textos deste Blog, deverá indicar a minha autoria)

Podemos afirmar que a sexualidade ainda hoje se constituiu numa das maiores neuroses, sendo que cada vez mais aumenta a procura das pessoas pelos analistas, terapeutas, psicólogos, etc., na tentativa de aliviar suas culpas, medos, romper tabus, enfim de buscar compreender e melhor viver sua sexualidade, permitindo-se sentir prazer.

Em relação especificamente à sexualidade feminina sempre foi envolta de dogmas religiosos, repressivos e morais. A mulher não tinha socialmente o direito de viver plenamente sua sexualidade, de manifestar seus desejos e se permitir descobrir suas potencialidades. À mulher sempre se designou o papel de sexualidade reprodutiva, sem liberdade de obter satisfação e prazer. Fruto dessa sociedade patriarcal o homem sempre viveu sua sexualidade instintiva de forma mais libertária e socialmente mais aberta, porém à mulher sempre coube um papel de reprodutora da espécie, negando-lhe o direito igualitário na relação sexual.

Muitos foram os movimentos e lutas travadas para que a mulher pudesse ter direito de falar e viver mais abertamente sua sexualidade e não mais ser apenas objeto de satisfação sexual masculina. Porém, fruto da forma como foi educada sexualmente ou deseducada, dos tabus e preconceitos que ainda se inserem na sexualidade feminina, a maioria das mulheres não conseguem atingir o ápice do prazer: o orgasmo. Muitas mulheres jamais sentiram e outras equivocadamente acreditam sentir. Orgasmo é indescritível, mas poderíamos tentar definir como a experiência única da sensação plena de morte e vida, unificadas. Você pensa que vai morrer de tanto prazer e renasce plena de vida, de paz. Sentir prazer numa relação sexual, ou sentir muito prazer não caracteriza o orgasmo, que só pode ser atingido quando há uma entrega plena, total da mulher.

Quando uma mulher não despe apenas o seu corpo, mas também sua alma, libera todos os sentidos para viver de inteiramente aquele momento. A mulher é diferente do homem que vive sua sexualidade de forma mais instintiva necessita de envolvimento, de sentir segurança e confiança em relação ao parceiro para que essa entrega ocorra. O orgasmo não depende exclusivamente do homem como muitas visões equivocadas apontam, ela depende da mulher, da superação dos traumas, medos, culpas, tabus a que foi condicionada em sua sexualidade. Orgasmo é muito mais que prazer e só pode ser vivenciado quando a mulher se permite conhecer seu próprio corpo e viver e descobrir todas as potencialidades de prazer que ela pode sentir e proporcionar ao outro.

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