terça-feira, 16 de junho de 2009

Reflexões sobre a Homofobia





Falar sobre sexualidade com os filhos, ou da sexualidade dos filhos ainda é um tabu que deve ser superado pelos pais, especialmente se estes tiverem uma orientação sexual “diferente” da considerada “normal” – a heterossexualidade. Embora, como afirma Freud em seu livro Três Ensaios sobre a Sexualidade, os desvios com respeito ao objeto sexual, que Freud (2002) denomina de “inversão”, sempre tenha existido na humanidade. Por conta dos preconceitos e tabus sociais, também é difícil para os difícil para o próprio homossexual aceitar e assumir suas pulsões sexuais.

Uma carta escrita por Freud em 1935 e publicada no American Journal os Psychiatry em 1951, já mostrava a dificuldade de uma mãe em aceitar a homossexualidade de seu filho, e ainda hoje isto não mudou, a homossexualidade, a bissexualidade e o lesbianismo ainda sofrem profundos preconceitos sociais, inclusive no próprio seio familiar.

No entanto, pais e educadores devem entender que ocultar o assunto também significa posicionar-se sobre ele. A neutralidade pode ser pior que uma posição contrária, a “cultura do silêncio” que ainda impera na escola e na família, esquece que não precisamos necessariamente utilizar o diálogo, para expressarmos nossos posicionamentos. A omissão, os gestos, as proibições carregadas dos valores moralistas e socioculturais são uma maneira de contribuir para que o preconceito e os tabus sexuais se perpetuem. E mais acreditamos que em se tratando de subjetividade, de sentimentos, de amor, paixões, desejos, não há regulamentação capaz de determinar que as identidades sexuais sigam os discursos hegemônicos, sejam eles da biologia, da natureza ou da “normalidade” imposta pelo pensamento dominante.

A homossexualidade é caracterizada quando pessoas do mesmo gênero sentem desejo, atração, por outra pessoa do mesmo sexo.

Já heterossexualidade, pode ser definida como a atração sexual entre pessoas de sexos opostos, sendo a mais aceita socialmente e considerada dentro destes padrões morais a mais comum orientação sexual nos seres humanos, sendo associada ao mito do “amor romântico” e à função biológica ligada ao instinto sexual reprodutor.

A Bissexualidade é um termo utilizado quando a pessoa sente atração física tanto por pessoas do mesmo sexo, como do sexo oposto, com maior ou menor intensidade, situando-se entre a homossexualidade e a heterossexualidade.


Em relação à sexualidade, um dos preconceitos que devem ser combatidos da sociedade é a Homofobia que etimologicamente originou do grego homo= igual, phobos = fobia,medo; seria um conjunto de emoções negativas, aversão, desprezo, ódio, desconfiança, preconceito, discriminação e violência contra pessoas LGBTTT´s (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).

Acreditamos que a homofobia assim como o racismo e outros preconceitos existentes em nossa sociedade sejam frutos da ordem moral que historicamente foi construída pela humanidade, de uma sociedade patriarcal, machista que acredita ser necessário garantir ou reafirmar os papéis tradicionais de gênero.

A Constituição Federal Brasileira, de 1988, defende o direito à igualdade, proibindo qualquer forma de discriminação de maneira geral. A Constituição Federal brasileira define como “objetivo fundamental da República” (art. 3º, IV) o de “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, ou quaisquer outras formas de discriminação”. A expressão "quaisquer outras formas" refere-se a todas as formas de discriminação não mencionadas explicitamente no artigo, tais como a orientação sexual, entre outras.

Em âmbito nacional sabemos que diversas leis estão sendo debatidas com a finalidade de proibir especificamente a discriminação à homofobia de maneira geral. Esta em tramitação no Congresso Nacional um Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, que propõe a criminalização dos preconceitos motivados pela orientação sexual e pela identidade de gênero, equiparando-os aos demais preconceitos já objeto da Lei n º.7716/89.

Entendemos que uma pessoa não pode ser discriminada, excluída devido a sua opção ou orientação sexual. A orientação sexual de uma pessoa não diminuiu o seu caráter. Aliás, outro intenso debate e estudos em diversas áreas do saber como a psicologia e dizem respeito se a homossexualidade seria uma opção, uma escolha ou uma disposição determinada biologicamente. Existem claro diversas teorias e defesas sobre a questão da homossexualidade, mas o que queremos explicitar é que no espaço escolar que é onde mais se defende e fala sobre igualdade e respeito à diversidade, ainda se evidencia preconceitos desta natureza.

Nesse contexto, buscamos engendrar reflexões sobre a necessidade de superarmos em primeira instância dentro do espaço escolar a intolerância às diferentes orientações sexuais buscando garantir o direito à liberdade sexual que têm provocado sofrimentos e exclusão social dos homossexuais e que de certa forma a homofovia também é prejudicial ao bem-estar e à formação de todos os seres humanos, sejam homo ou heterossexuais.
Todo ser humano tem direito a ser respeitado.
Igualdade e Dignidade já!

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