domingo, 28 de junho de 2009

EDUCAÇÃO PARA TRANSFORMAÇÃO

Educar implica em buscar a conscientização humana, para que o homem se assuma sujeito de sua própria história, não objeto dela. Ela não faz milagres, mas anuncia a possibilidade novos tempos, mudança, transformação. Lamentavelmente, muitas vezes assistimos a educação para a adaptação do homem na sociedade e não para que este a transforme. Paulo Freire afirma que “uma educação que pretendesse adaptar o homem estaria matando suas possibilidades de ação, transformando-o em abelha.

Quanto mais dirigidos são os homens pela propaganda ideológica ou comercial, tanto mais são objetos e massas”. Muitos educadores, como Paulo Freire foram rotulados pela falta de cientificismo em seus escritos, tão somente por neles, conter traços de humanização, esperança e fé, mas como bem colocava nosso mestre Paulo Freire “uma educação sem esperança não é educação. Quem não tem esperança na educação ... deverá procurar trabalho em noutro lugar.” A Educação pode não nos levar diretamente ao topo, mas ela inicia a caminhada, abre janelas, indica a porta, mostra o horizonte, dá asas, e ai cabe a cada um de nós, o primeiro passo, atravessar a porta, buscar o horizonte, alçar o vôo em direção aos nossos objetivos. Nós que objetivamos o tempo, temporalizamos a vida e fazemos a história.

Educar deve ser um processo de desinibição, de estímulo criador e não de repressão e restrição. Se não permitimos que o aluno se expresse e seja ele mesmo, que anuncie seus sonhos, estamos domesticando-o, e isso é negar sua existência enquanto sujeito. O que devemos é estimular o espírito crítico e conscientizar nossos jovens educandos a importância de conhecer e valorizar o passado, porque o “amanhã se cria no ontem, através de um hoje. De modo que nosso futuro baseia-se no passado e se corporifica no presente. Freire afirmava que "é importante professor e alunos se assumam epistemologicamente curiosos. O bom professor é o que consegue enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento de seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma "cantiga de ninar". Seus alunos cansam, mas não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento [...]"


Temos que despertar em nossos alunos a curiosidade, a descorberta, o penso crítico. Poque temos que saber o que somos e o que fomos, para saber o que seremos”, o que significa observar o passado, para poder projetar ações futuras capazes de transformar a sociedade fechada que vivemos, que se caracteriza pela manutenção do status quo, do privilégio das elites, que transformam o povo em massa, essa sociedade que se diz moderna, mas que no fundo não é tecnológica e sim servil, ao dicotomizar a trabalho manual e o intelectual. Onde se governa não para o povo, nem com o povo, mas sob o povo. Precisamos começar a olhar o mundo com olhos próprios, e adquirirmos consciência do nosso próprio existir, olhar para a realidade com critério pessoal, com autenticidade. Precisamos ter orgulho do que somos, e buscar a cada dia nos superarmos.

Buscando partir de nossas próprias possibilidades para sermos nós mesmos, deixarmos de sermos passivos. Não podemos continuar sendo ingênuos, acreditando que milagres advem espontaneamente do céu, eles até podem acontecer, mas se você reagir, agir e construir esse “milagre”. E a Educação nos abre perspectivas, e nos faz exigir vez, voto e voz ativa. Sair da posição ingênua e ocupar nosso espaço, participando das decisões e assumindo um compromisso consigo mesmo, de transformação e não de aceitação da realidade.

Artigo escrito por mim, Profa. Dra. Cláudia Bonfim - Publicado no Jornal Popular em 01/02/06

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